quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mensagem de agradecimento


O Cineclube Tela em Transe vem a público agradecer a todos que contribuíram com a I Mostra Cinema Poções, realizada entre os dias 5 e 7 de agosto na Câmara de Vereadores da cidade. Em homenagem a Tuna Espinheira, cineasta filho de Poções, a Mostra teve grande destaque na imprensa e nas mídias sociais e levou o nome da cidade a diversos lugares da Bahia. Com uma média de 100 pessoas, o evento a partir de agora faz parte da agenda cultural da cidade.  

Esta primeira mostra cinema faz com que aos poucos Poções volte a vivenciar e cultuar a sétima arte. Esta cultura praticada dentro de Poções em outros momentos revelou ao Brasil três nomes para o cinema, além de Tuna Espinheira, os cineastas Geraldo Sarno e Fernando Bélens também são filhos desta terra.  
São poucas as pessoas que enxergam com nitidez o quão foi importante o cinema de Poções, não só para a cidade, mas para a região. Entre estas pessoas está Mário Guimarães, o poçõense mais cinéfilo e membro do Cineclube Tela em transe. Guimarães é sem dúvida alguma hoje quem mais contribui com o culto ao cinema através de sua coleção de filmes, desde o Western ao Cinema Italiano. Aqui fica registrado nosso agradecimento a Mário Guimarães. 

Temos muito de agradecer ao público que compareceu aos três dias do evento, participando não só das sessões, mas da mesa redonda e da oficina, momentos de maior discussão sobre o cinema. Somos gratos a Chico Schettini, a Filarmônica 26 de Junho, a Carlos Rizério, a Glauber Lacerda, a George Neri, a José Umberto e a Tuna Espinheira.

Agradecemos também a Diogo Novais, que construiu o site da Mostra, a Jade Designer, pelas camisas, a Zezel Leite pelo seu apoio ao Cineclube, ao artista plástico Nelson Magalhães, a João Paulo pela ornamentação, a Adriano Tribal pela impressão dos adesivos das placas de homenagem, a Lulu Sangiovanni, que mesmo não podendo estar presente foi grande entusiasta desta Mostra e a todos que fizeram a divulgação pelas mais distintas mídias, nas escolas e nos mais diversos segmentos da sociedade. Agradecemos a Rádio Liberdade FM, ao Janela Indiscreta de Vitória da Conquista; a APLB Sindicato; a Secretaria de Educação e Coordenação de Cultura; a Farmácia e Ótica Caetanos; a Casa dos Móveis; Job Farma; Bar Tazmania; IECEM; Curso Fíquima; CDL Poções; Designer Papelaria; Gráfica Poções; Jeans Gabriela; ao Dinâmico; Cerveja e CIA; Comacon; Doces e CIA; AR Empreendimentos; Pousada Aconchego e ao Curso de Cinema Uesb. 

Através destes apoios foi possível realizar com qualidade esta I Mostra Cinema Poções.

Atenciosamente,
Cineclube Tela em Transe

Cátia Dias
Fábio Agra
Mário Guimarães
Samara Ribeiro
Vitor Guimarães

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mostra Cinema Poções abre inscrições para oficina e mesa redonda


As inscrições para a oficina de roteiro e para a mesa redonda, que fazem parte da programação da I Mostra Cinema Poções, já estão abertas. Os interessados podem realizá-las pelo site da Mostra www.mostracinemapocoes.com.br
 
Para a oficina de roteiro são 15 vagas disponíveis e será realizada no dia 6 de agosto a partir das 14h pelo jornalista e pesquisador em cinema, Glauber Lacerda. Já a mesa redonda acontece no mesmo dia, mas pela manhã, às 9h, quando será discutido o cinema baiano e o cinema independente, com os cineastas José Umberto e Valdeson Ferreira Souza, respectivamente.
A Mostra Cinema Poções acontece entre os dias 5 e 7 de agosto na Câmara de Vereadores da cidade.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Cascalho: A poesia da crueldade


 Por André Setaro

Obra de teor realista, baseada em livro homônimo de Herberto Sales, Cascalho, no entanto, tem seu fecho numa dimensão onírica e poética, quando o garimpeiro, que morre no desabamento das minas pelo temporal imprevisto, aparece todo galante e fagueiro, a entrar num salão e a festejar uma bela garota com a qual executa uma dança. Tuna Espinheira é feliz no fecho de seu filme, neste desvio de tom, o que faz acrescentar um halo poético numa obra de tonalidades cruas e realísticas. A execução da dita seqüência se faz em câmara lenta, e a iluminação (de Luís Abramo) dá os toques necessários para estabelecer a atmosfera de sonho. Que é favorecida também pela aplicada direção de arte de Moacyr Gramacho.

Vencedor do Prêmio Fernando Cony Campos, patrocinado pelo governo do estado da Bahia, que ofereceu recursos mínimos para a feitura de um longa metragem, Cascalho já está pronto desde 2004, mas somente agora, quatro anos depois, e depois de muita luta, é que Tuna Espinheira preencheu todos os requisitos para a sua exibição em circuito comercial. Para entrar nas melhores salas do mercado exibidor, há a necessidade do som Dolby digital.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Por dentro do cinema de Poções


Colaboração de Eduardo Sarno (*)  

* Em determinado filme apareceu a imagem de um vampiro derretendo e uma pessoa na platéia gritou:  - Parece os picolé de João Ligouri!!!
 
* Corinto Sarno, meu pai, ficava passeando pela calçada e Seu Nicola Leto mandava avisar quando a sessão ia começar. Ele sabia que seu Corinto não assistia filmes de guerra.

* A turma fazia "terra" nas meninas por debaixo dos bancos.

* Antes da sessão da tarde, havia a famosa troca de revistas em quadrinhos.

* As fotografias publicadas nos cartazes da rua eram roubadas.

* Em um cartaz havia a chamada "filme com muita porrada". O padre Honorato mandou recolher o cartaz.

*A galera jovem colecionava pedaços de fitas.

* Normalmente, na mudança de um rolo de filme para outro, se perdia parte da história. A platéia gritava: - Meu dinheiro!!!

*Fidelis Sarno comprou os cine-jornais e passava ano após ano...as noticias ficavam velhas…

*Eu era seminarista e marquei encontro no cinema com uma garota - na hora, Heraldo Curvelo  percebeu e ficou me gozando. Eu não tive coragem de me sentar junto dela.

*Um dia, faltou energia na hora do filme e eu fui entrando com uma lanterna acesa, focando na cara da turma, que ficou calada pensando que era Nicola. Quando viram que era eu, deram a maior vaia.

*Numa sessão do cine Glória, desparafusamos todas as cadeiras - à noite, quando Rosita (minha prima) foi ao cinema e colocou os pés na fileira da frente todas desabaram como dominó.

(*) Eduardo Sarno é poçoense, historiador e proprietário da livraria virtual www.graunalivros.com.br

quarta-feira, 6 de julho de 2011

I Mostra Cinema Poções é dedicada ao cineasta Tuna Espinheira

Por Fábio Agra

Entre os dias 5 e 7 de agosto o Cineclube Tela em Transe realiza na Câmara de Vereadores de Poções a I Mostra Cinema Poções, dedicada ao cineasta Tuna Espinheira. Com o objetivo de promover um estímulo à arte cinematográfica na cidade e região, durante três dias a programação da Mostra terá filmes do homenageado, mesa redonda, oficina e também apresentações musicais e exposição.


O cineasta Tuna Espinheira passou sua infância em Poções e volta à cidade depois de 50 anos para receber esta homenagem. Com mais de 30 trabalhos, como ator, editor, roteirista, produtor e diretor, em 40 anos de atuação no cinema baiano, Tuna Espinheira terá quatro de suas obras exibidas durante a Mostra. Para abrir o evento, será exibido o filme 2 de Julho, A  Festa da Independência da Bahia. No sábado (6) o público poderá acompanhar o longa metragem Cascalho, lançado em 2004, e no último dia da Mostra, dois curtas serão exibidos: Leonel Matos, 24 Quadros por Segundo e O Bruxo Bel Borba.

Além da homenagem ao cineasta e exibição dos seus filmes, a Mostra vai promover uma mesa redonda sobre o cinema baiano e  cinema independente e oficina de roteiro. As inscrições para a mesa redonda e para a oficina serão divulgadas em breve e vão poder ser feitas pelo endereço eletrônico http://www.cinetelaemtranse.blogspot.com/ de forma gratuita, mas haverá limite de vagas.

Durante a I Mostra Cinema Poções, o fotógrafo Carlos Rizério realiza a exposição o Planalto em Cartaz em que mistura a realidade das cidades de Poções e Vitória da Conquista com a poesia dos cartazes cinematográficos dos filmes do século passado em 12 cartazes. O músico Chico Schettini também se apresenta na primeira noite da Mostra e uma apresentação da Filarmônica 26 de Junho encerra o evento.

sábado, 2 de julho de 2011

Revista eletrônica CineCachoeira já está no ar

Por Fábio Agra

Já está no ar a segunda edição da revista eletrônica CineCahoeira, editada pelo curso de cinema da Universidade Federal do Recôncavo. Nesta edição há uma homenagem ao ator baiano Antônio Pitanga, com um completo dossiê sobre o ator, além de uma entrevista em que Pitanga fala de sua relação com Glauber Rocha, sobre o nascimento do Cinema Novo e a movimento cultural que se deu na Bahia e no Brasil nos anos 60. Ótima recomendação para estudiosos do cinema nacional e baiano.  Acesse: http://www.ufrb.edu.br/cinecachoeira

sexta-feira, 1 de julho de 2011

3º Ciclo Salvador de Cinema abre inscrições no dia 10 de julho

Fonte Correio da Bahia

Em sua terceira edição da capital baiana, o Ciclo Salvador de Cinema mais uma vez vai reunir os melhores profissionais do cinema nacional em cursos inéditos na Bahia. As inscrições serão abertas no dia 10 de julho e poderão ser feitas através do site http://www.ciclosalvadordecinema.com.br/.


Com cursos de Assistência de Direção, Edição e Produção Executiva, o Ciclo acontece de 31 de agosto a 4 de setembro, na Caixa Cultural Salvador. Entre os palestrantes estão profissionais renomados como Márcia Faria (assistência de direção), Tereza Gonzalez e Diana Gurgel (produção executiva), Daniel Rezende e Karen Harley (edição).

O Ciclo Salvador de Cinema é organizado pela Domínio Público, que tem Reinofy Duarte como diretor, e já trouxe à Salvador profissionais renomados do cinema brasileiro como Sérgio Machado, Moacyr Gramacho, Marcos Pedroso, Marcelo Gomes e Andre Moraes.

Este ano além de Márcia Faria, o evento trará também Daniel Rezende e Karen Harley, para o curso de Edição, e Diana Gurgel para falar sobre Produção Executiva. Em 2011, as aulas serão realizadas das 9h às 13h e das 15h às 19h e a participação dos interessados está condicionada a uma seleção mediante inscrição, currículo e carta de motivação.
Serviço:

III Ciclo Salvador de Cinema – Inscrições: 10 de julho

Data: 31 de agosto a 4 de setembro

Local: Caixa Cultural de Salvador (Rua Carlos Gomes, 57)

Horário: das 9h às 13h e das 15h às 19h

Informações e inscrições: www.ciclosalvadordecinema.com.br

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Cine Jóia

Por Lulu Sangiovanni

Fidélis Sarno (Fidélis de Boa Nova) fundou o Cine Jóia, em Poções. Funcionava na Rua da Itália, onde hoje é o Bradesco. Não preciso a data, mas acredito ter sido entre 1968 e 1970.


Uma inauguração pomposa, especial para os convidados. O filme? A Condessa de Hong Kong (1967), o último clássico de Charles Chaplin, com a bela Sophia Loren e Marlon Brando.

O filme ficou em cartaz por todo o final de semana. Assisti na inauguração, na matinée e na soirée. Naquela sala, eu não paguei ingresso por muito tempo. Apesar do aval de Fidélis, contava com a liberalidade do primeiro porteiro da casa, Gilberto Azevedo, conhecido como “Beto da Loja”.

Por alguns tempos, o Cine Jóia foi uma opção de bons filmes na nossa cidade.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Festival Nacional 5 Minutos com inscrições abertas

Por Fábio Agra


No último dia 10 de junho foram abertas as inscrições para a XIV edição do Festival Nacional 5 Minutos, que acontece em Salvador entres os dias 1° e 5 de novembro.  A temática e estética dos vídeos apresentados para concorrer no festival são livres e com duração de cinco minutos. Os candidatos podem se inscrever até o dia 25 de julho.

Serão selecionados 50 vídeos de onde sairão cinco premiados. O primeiro colocado leva a premiação no valor de R$ 10 mil; o segundo R$ 8 mil; R$ 6 mil para o terceiro; R$ 3 mil para o vencedor do vídeo Jovem Idealizador com idade até 21 anos e também R$ 3 mil como premiação para o vídeo mais votado pelo júri popular.

Com o objetivo de incentivar a produção e difusão audiovisual, a programação do evento também inclui mostras de vídeos, seminários, palestras, oficinas e exposições com acessos gratuitos.

Para fazer a inscrição clique aqui.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Estão abertas inscrições para o VII Seminário de Cinema na BA

Fonte G1 Bahia

Estão abertas as inscrições para o Cinefuturo – VII Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, que será realizado de 25 a 30 de julho, em Salvador, com uma intensa programação em quatro espaços culturais de Salvador :Teatro Castro Alves, Teatro Martim Gonçalves (Escola de Teatro da UFBA), Instituto Goethe (ICBA) e Aliança Francesa.

O CineFuturo é um festival para quem pensa, faz e curte a sétima arte, levando seus participantes a amadurecer ideias sobre os rumos da produção cinematográfica nesta nova era do mundo digital e agita Salvador há sete anos a capital baiana.

Durante os seis dias de evento, o público poderá participar da Mostra Retrospectiva Bernardo Bertolucci; Mostra de Longas Internacionais; Mostra de Longas Nacionais, com a avant-premièr de “O Homem que Não Dormia”, novo filme do diretor baiano Edgard Navarro.

Estão confirmadas também, a Mostra de Curtas Metragens premiados em festivais internacionais; Mostra de Animação Francesa; Mostra Competitiva de Curtas Metragens; Mostra Sandrine Bonnaire; Mostra Amor à Francesa; Lounge Multimídia no Foyer do TCA; Mesas Redondas, com a participação de cineastas, professores e estudiosos renomados de diversos países, entre eles, o polêmico diretor norte-americano da trilogia “Zeitgeist”, Peter Joseph, que estará presente à exibição do seu filme Zeitgeist: Moving Foward, o Futuro é Agora”.

Para quem gosta de cinema e vai além, a mostra realiza ainda o workshop Single Short Cinema, aberto a profissionais e estudantes de cinema, com o cineasta e professor holandês Leonard Retel Helmrich, elogiado mundialmente por desenvolver uma nova técnica de filmagem. O curso terá a duração de três dias, em período integral (com pausa de uma hora para almoço), no ICBA, com carga horária de 21h e o custo de R$ 350.

Os participantes inscritos no Seminário Internacional de Cinema terão acesso a todas as mesas redondas, diálogos e filmes. O certificado de participação com carga horária de 24 horas poderá ser retirado no final do evento. O valor da inscrição é R$ 50,00 ou R$ 25,00 (para professores universitários ou da rede pública e privada de ensino e estudantes).

Já a inscrição para o Workshop Single Short Cinema, com a seleção prévia dos participantes, tem o investimento de R$ 350. Para se inscrever, os interessados devem preencher um cadastro no site onde estão todos os detalhes sobre as inscrições e a programação completa do CineFuturo.
O pagamento da taxa de inscrição será feito através do depósito na Conta Corrente nº 24569-4, agência 0705 do banco Itaú com o envio do comprovante para inscricoes@seminariodecinema.com.br. O interessado pode comparecer ao escritório da VPC Cinemavídeo, na rua Marechal Floriano, 28, sala 203, Canela, e efetuar o pagamento presencialmente.

Desconto


Para os professores universitários, ou da rede pública e privada de ensino, e os estudantes terem direito a 50% de desconto é obrigatória a apresentação ou envio de cópia do comprovante profissional ou carteira de estudante junto com o comprovante de depósito.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Cineclube exibe Vanilla Sky neste sábado

Neste sábado (18), o Cineclube Tela em Transe exibe o drama Vanilla Sky (EUA, 2001), com direção de Cameron Crawe e atuações de Tom Cruise, no papel de David Aemes, Penelope Cruz (Sofia Serrano) e Cameron Diaz (Julie Gianni).

A sessão estava marcada a princípio para o dia 4 de junho, mas foi adiada para este sábado 18. O filme será exibido na Câmara de Vereadores, às 19h30, com entrada franca.

Sinopse


Em Nova York são narrados em flashback fatos angustiantes da vida de David Aames (Tom Cruise), um jovem empresário que é dono de um império editorial. David tem sua vida modificada quando conhece Sofia Serrano (Penélope Cruz), uma bela jovem por quem se apaixona. Tal relacionamento desperta ciúmes em Julie Gianni (Cameron Diaz), uma "amizade colorida" de Davis, que quer muito mais que mero envolvimento sexual com ele. Um dia, após sair da casa de Sofia, David encontra Julie, que usando o pretexto de querer conversar com ele o convence a entrar no carro dela. Em um ímpeto de loucura, e cega por se sentir preterida, ela lança o carro por cima de um viaduto. Ela não resiste ao impacto e morre. David sobrevive, mas fica com o rosto bem desfigurado e entra em coma, ficando neste estado por três semanas. Ao se ver, David fica traumatizado e oferece qualquer quantia para reconstruírem seu rosto. Repentinamente realidade e fantasia se confundem de forma assustadora.



Fonte: Adoro Cinema
www.adorocinema.com.br

segunda-feira, 30 de maio de 2011

As legendas dos filmes

Por Lulu Sangiovanni

O Cine Santo Antonio foi o cinema que marcou época em Poções. Fisicamente, demarcava o final da parte larga da atual Av. Olímpio Rolim com o início da Rua Apertada, que era um funil até chegar na subida da Igreja. Além da exibição de filmes, vários artistas famosos se apresentaram no seu palco, a exemplo de Agnaldo Timóteo, Nelson Ned, Mauro Figueroa, Nelson Gonçalves e tantos outros. O Santo Antônio era administrado por Nicola Leto e Seu Vavá.

Era o tempo da transição do preto e branco para o colorido. Os cartazes dos filmes ficavam na praça. Quantos letristas tiveram a chance de desenvolver suas artes nos cartazes – quem não se lembra de Dida, Pinho, Bartola e Tena?

Além de obras de artes, os cartazes destacavam filmes famosos como O Dólar Furado (Giuliano Gemma), El Dorado (John Wayne – a gente lia Jovane), Ladrões de Bicicletas (de Vittorio de Sicca), Tarzan (de Edgar Rice Burroughs com Johnny Weissmüller), Maciste (Bartolomeo Pagano), Quo Vadis (Robert Taylor), Dio Come ti Amo (Gigliola Cinquetti) e tantos outros como Ursus, Hércules, Sansão e Dalila, O Mágico de Oz, sem contar os filmes da Paixão de Cristo exibidos na semana santa. Em um dos cantos do cartaz sempre estava escrito – Technicolor ou Cinemascope – o sinal do avanço tecnológico.

Normalmente, de segunda a sábado, as sessões eram apenas a noite – a chamada soirée. Domingo e feriado tinha também a matineé, onde muita gente aproveitou para começar a namorar naquela parte de cima que era chamada de camarote.

Falar de cinema em Poções, eu não posso esquecer Fidélis Sarno, o de Boa Nova, pela insistência na criação de estabelecimentos modernos a exemplo do Cine Jóia (onde hoje funciona o Bradesco) e Geraldo Sarno, um dos maiores cineastas brasileiros.

Do outro lado, na platéia, figuras marcantes como Lino Carregador e Seu Dôca viviam as cenas como se fossem reais. Mas acho que Luiz Schettini Barbosa, o Luiz Bosteiro, foi o mais importante deste segundo grupo. Apesar de não ser artista, nem fundador e cineasta, foi o responsável pelas maiores “artes” dentro do Santo Antônio. Um dia, a gente se encontrou na festa do Divino e ele contou algumas das muitas estórias engraçadas. Uma delas era sobre as legendas vivas.

Naquela época, antes do filme, era costume passar o jornal com as notícias da Luiz Severiano Ribeiro e os gols do Canal 100. A mesma fita passada na matineé era passada na soirée. Luiz assistia as duas sessões e gravava as imagens na cabeça. À noite, casa cheia, ele soltava as legendas.

Na primeira cena, o avião do presidente Castelo Branco chegava de uma viagem e a porta do avião se abria, aparecendo a imagem do presidente e, instantes depois, acenava para os que estavam em terra. Luiz aguardava a imagem do presidente e antes do aceno, gritava: “e aí Castelo, não vai falar com os pobres?. A mão do presidente acenava e a galera no cinema era um riso só.

Na segunda cena, já no meio do filme, Hercules fugia da perseguição de soldados dentro de um túnel. Ele para, olha para trás e continua a correr. Luiz fez a cena assim segundos antes da parada de Hércules, gritando bem alto: “Hércules, Hércules.....” depois que o artista para, ele volta a gritar: “Não é nada não, pode ir, pode ir...” Mais uma vibração do público.

Parte da história do cinema em Poções pode ser contada com passagens engraçadas como estas de Luiz e, sem dúvida, dos comportamentos de Lino e Dôca. Registro a lembrança do extinto cine Glória como uma evolução da época e o fim de um tempo substituído pelo vídeo-cassete e, mais recente, o DVD. Distante de um cinema, Poções pode contar com a contribuição do Tela em Transe para ter um cinema definitivo ou criar personagens como os citados acima.

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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cineclube exibe O Discurso do Rei neste sábado

O Discurso do Rei (Inglaterra, 2010), vencedor do Oscar de melhor filme em 2011, será exibido na próxima sessão do Cineclube Tela em Transe, que acontence neste sábado (21), às 19h30, na Câmara de Vereadores, com entrada franca.





Com atuação brilhante de Colin Firth, no papel do rei George, o Longa-Metragem, dirigido por Tom Hooper, aborda o tema da gagueira tendo como pano de fundo a realeza britânica.






Sinopse


Após a morte de seu pai, o rei George V (Michael Gambon) e à abdicação escandalosa do Rei Eduardo VIII (Guy Pearce), Bertie (Colin Firth) que sofreu de um problema de fala debilitante toda a sua vida, de repente é coroado rei George VI do Inglaterra. Com o seu país na beira de uma guerra e precisando desesperadamente de um líder, sua esposa, Elizabeth (Helena Bonham Carter), a futura Rainha Mãe, manda o marido para se consultar com um excêntrico terapeuta da fala, Lionel Logue (Geoffrey Rush).

Depois de um começo difícil, os dois embarcam em um tratamento pouco ortodoxo e, eventualmente, formam um vínculo inquebrável. Com o apoio de Longue, sua família, seu governo e Winston Churchill (Timothy Spall), o Rei vai superar sua gagueira e proferir o seu mais importante discurso no rádio, inspirando o seu povo e os unindo para a iminente batalha contra os alemães na Segunda Guerra Mundial.

Baseado na história real do rei George VI, O Discurso do Rei segue a busca do monarca para encontrar sua voz.



Fonte: Cinema 10


http://cinema10.com.br/filme/o-discurso-do-rei

terça-feira, 10 de maio de 2011

Os Pássaros


Por Carlos Rizério


A minha mãe, Célia Rizério

Início de primavera em Poções. As andorinhas trissavam no azul escuro do céu de setembro. Com zelo e carinho, a mãe preparou os cinco filhos e os levou, pelas mãos, à tão esperada matinê de domingo no Cine Santo Antônio. D Célia havia olhado o título, e concluíra que seria um bom filme de aventuras, ideal para embarcar suas crianças em mais uma tarde cinemágica. Ao começar a fita, um ar de preocupação começa a rondar a mãe, o que ainda não era sentido pelas crianças, não iniciadas, nem tão vulneráveis como os adultos, ao clima provocado pelo mestre do suspense, Alfred Hitchcock.

Personagens surgem e se encontram em Bodega Bay, pequena cidade do litoral da Califórnia, lugar onde se desenrola a trama. À medida que o filme avança, um silêncio se apossa do cinema. A mãe pensa em sair, mas observa todo o envolvimento dos filhos e dos outros jovens com a história. Resolve ficar e mergulha, como todos ali, na magia da sétima arte. As cenas se sucedem num ritmo cadenciado, o lugar é misterioso, quase surreal. Sem motivo aparente, as aves começam a atacar a cidade em bandos cada vez mais numerosos, e depois recuam, e surgem novamente, ameaçadoras, determinadas a abater todos os que ali se encontram. Provocam pânico geral, dúvidas, fogo num posto de gasolina, atacam crianças numa escola, matam uma professora, um fazendeiro e finalmente, o clímax. Uma casa de madeira a beira mar, onde um grupo de pessoas, aterrorizadas, esperam o ataque final das aves, que avançam aos milhares, fazendo um barulho infernal, com bicos afiados como lâminas, a baterem nas paredes, telhados, portas e janelas. Na madrugada, uma trégua, silêncio. Rod Taylor, que faz o protagonista, abre a porta, bem devagar, e se depara com uma cena macabra: as primeiras e dramáticas luzes da alvorada revelam milhares de gaivotas e corvos, pousados em volta da casa, a ocuparem todos os espaços. Sai, em pequenos passos, cuidadosamente, até a garagem. Entra no carro, liga o rádio, ouve as notícias, volta e encoraja a todos a saírem e entrarem no veículo. Liga o automóvel e sai, em movimento reduzido, por entre milhões de aves, para então, tomar a estrada litorânea e sumir, deixando para trás a cidade entregue aos pássaros. Fim.

A maioria sai do cinema em silêncio. D Célia e os filhos, Carlinhos, Gina, Teca, Tinho e Nando, descem o Beco dos Artistas, atravessam a Praça Deocleciano Teixeira, passam pelo posto de gasolina de Miguel Labanca, percebem que não há ninguém, e seguem em direção à praça Góes Calmon. Ao chegarem à praça, onde moravam, tomam a direção da residência. A cidade estava calma, metafísica, era uma tarde diferente. Entram em casa, incólumes. Lá fora, pardais volteiam e pousam nos fios de tensão.

09/05/2011 (dia das mães)

Carlos Rizério, Filho e sobrevivente.






quarta-feira, 4 de maio de 2011

Árido Movie será exibido neste sábado

Neste sábado (7) o Cineclube Tela em Transe exibe o Longa-Metragem nacional Árido Movie (2006, direção de Lírio Ferreira). A sessão começa às 19h30 na Câmara de Vereadores, com entrada franca.


Gravado em Pernambuco, o filme traz grandes atores do cinema brasileiro, como Selton Mello (Bob); Guilherme Weber (Jonas); Giulia Gam (Soledad); José Dumont (Zé Elétrico) e Matheus Nachtergaele (Salustiano).


Sinopse


Jonas (Guilherme Weber) é o repórter do tempo de uma grande rede de TV, que mora em São Paulo mas está rumo à sua cidade-natal, localizada no interior do nordeste. O motivo é a morte de seu pai (Paulo César Pereio), com quem teve pouquíssimo contato e que foi assassinado inesperadamente. Jonas enfrenta problemas para chegar à cidade, até que recebe carona de Soledad (Giulia Gam), uma videomaker que está fazendo um documentário sobre a água no sertão. Ao chegar ele encontra uma parte da família a qual não conhecia até então, que lhe cobra que se vingue da morte do pai.


Fonte: Adoro Cinema

http://www.adorocinema.com.br/

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Volta de Tarzan

Por Lulu Sangiovanni

Essa história quem me contou foi Jorge Dantas (Jorge de Duca).

O filme TARZAN, O REI DAS SELVAS foi exibido por mais de uma semana no cine Glória de Poções. Como os filmes circulavam pelas cidades vizinhas, mandaram para Iguaí. Naquele dia, chovia bastante, o Jipe atolou e retornaram para Poções com o filme naquelas latas e dentro de um enorme saco.

O pessoal do cine Glória, simplesmente, manteve o filme, mudou o título do cartaz e anunciou: A VOLTA DE TARZAN. Cinema cheio, bilheteria esgotada e, de repente, os gritos da galera de - é roubo!!!, - devolva meu dinheiro!!! e um quase quebra-quebra.

Coisas de Poções…

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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Comentário de Tuna Espinheira a Lulu Sangiovanni

Segue aqui um e-mail que o cineasta Tuna Espinheira enviou a Lulu Sangiovanni sobre sua postagem no blog do Cineclube.

Em Tela em Transe – Poções, você cita meu nome e o de Geraldo Sarno, como cineastas da terra, gostaria de acrescentar outro nome: Fernando Belens, autor de vários curtas metragens e do recente longa metragem, PAU BRASIL. Não é da família Sarno, como nos outros, mas faz cinema como gente grande.
Abs.
Tuna Espinheira

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Jovane

Por Lulu Sangiovanni


Vamos, portanto, às curtas histórias das nossas telas:

Quem é da minha época, sabe o que significa a expressão “Jovane”. Filme de caubói tinha que ser com Jovane pra ser bom. A expressão era a forma abrasileirada que nós dávamos ao americano Marion Morrison, cujo nome artístico era John Wayne.

Os cartazes anunciavam os filmes com a grafia correta do ator, mas a pronúncia era sempre Jovane, não tinha mais jeito de mudar.

Jovane nunca perdeu para Juliano Gema (Giuliano Gemma) na bilheteria.

Lulu Sangiovanni estreia coluna no Tela em Transe

Por Lulu Sangiovanni


Fábio me fez o convite para colaborar com o projeto do Cineclube Tela em Transe contando histórias do cinema de Poções. Fiz uma relação e não são tantas, mas existem. Vou pedir a ajuda de outros amigos para que me relembrem ou contem as histórias das três mais famosas telas e palcos que existiram em Poções: Cines Santo Antônio, Jóia e Glória.

A agonia das telas teve início quando se difundiu o video-tape. Veio o DVD e o golpe foi fatal. Hoje, só encontramos salas de cinema nas capitais e nos grandes shopping´s. Manter, portanto, o hábito de ir ao cinema é uma forma de cultura que é privilégio de poucos.

O projeto é um incentivo para que o cinema se mantenha vivo na nossa cidade. Não somente a projeção de bons filmes e o resgate das histórias ligados a ele são as suas propostas. É uma obrigação contribuir e trazer as lembranças para o papel, mesmo sendo um cinéfilo pouco praticante.

O Tela em Transe, portanto, é um privilégio para Poções, cidade que contribuiu imensamente para o cinema brasileiro com o brilhantismo dos seus filhos Geraldo Sarno e Tuna Espinheira, grandes cineastas.

Parabéns para o Cineclube Tela em Transe, nesses três anos de sucessos!!!